Introdução
Neste artigo, explorarei o significado da Primeira Mensagem Angélica: Adoração – Apocalipse 14:6-7, analisando quem essa mensagem chama a humanidade para adorar e por que essa adoração recebe tanta ênfase no contexto profético. Investigarei as referências bíblicas que apontam para o verdadeiro Deus Criador, comparando-as com a pregação dos apóstolos e a adoração ensinada por Jesus. Além disso, refletirei sobre como essa mensagem se contrapõe às diversas formas de adoração que surgiram ao longo da história e o que isso significa para nós nos dias atuais.
Os Elementos Centrais
Nesse estudo, iremos analisar parcialmente a Primeira Mensagem Angélica encontrada em Apocalipse 14:6-7. Vale ressaltar que 3 Mensagens Angelicais existem, e todas elas anunciam sua mensagem a partir de um período antes da volta de Jesus.O livro do Apocalipse representa essas mensagens por meio de um anjo, mas, segundo o significado profético, a palavra “anjo” simboliza “mensageiros” (Hebreus 1:14,20). Leiamos os versículos dessa mensagem:
Apocalipse 14:6-7 – “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”
A Primeira Mensagem Angélica contém 4 assuntos:
- Evangelho Eterno
- Temei a Deus
- É vinda a hora do juízo
- Adorai Àquele
O Chamado à Verdadeira Adoração
Como mencionei anteriormente, nesse estudo analisaremos parcialmente essa mensagem, pois ela é muito ampla e o conteúdo ficaria muito longo. Para esse estudo, focaremos apenas no item 4, “Adoração“.
Conforme vimos nos versículos de Ap 14:6-7, um anjo, símbolo de mensageiros, irão anunciar ao mundo o “evangelho eterno“. Eles proclamam em grande voz para que o mundo inteiro tema à Deus dando-lhe glória. O texto afirma que o Juízo de Deus chegou, ou seja, a história final do pecado neste mundo se aproxima do fim, pois o retorno de Jesus está próximo. Por fim, Deus convoca toda a humanidade a adorá-Lo como “aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas“.
Na história do nosso planeta, o homem criou muitos deuses e ídolos os quais receberam adoração. Em nossa época, há ainda muitas religiões que adoram e veneram entidades sagradas, desde deuses quanto ídolos criados pelos homens. A Primeira Mensagem Angélica trás a mensagem do “evangelho eterno“, e nela está o chamado para adorarmos Alguém em específico. É um contraste contra toda falsa adoração criada pela mente humana.
A Bíblia apresenta inúmeras provas da existência de um Deus Soberano que ama toda a humanidade, mas pessoas do passado ocultaram e rejeitaram essa verdade, perpetuando esse erro até os dias atuais. Além da bíblia nos apresentar essas provas, ela também menciona que esse Deus é único e não existe outro Deus além dEle. Dentro desse pensamento, vamos procurar descobrir quem é esse Deus que essa mensagem tão importante vêm proclamar para adorarmos.
Paulo e Barnabé Proclamam o Deus Vivo e Criador
Em Atos 14, encontramos o relato de Paulo e Barnabé pregando na cidade de Listra. Nessa ocasião, Deus operou um milagre por meio deles, curando um homem leso e coxo desde o ventre de sua mãe. Os gentios que viram tal milagre acontecer, proclamaram que Paulo e Barnabé eram um dos deuses que adoravam, sendo eles o deus Júpíter e Mercúrio. Além disso, àquelas pessoas desejavam sacrificar animais como oferenda aos dois missionários. Diante dessa situação, Paulo os repreendeu dizendo que eram homens semelhante a eles também, e que deveriam se converter Aquele “que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles“. Leiamos o relato:
Atos 14:15 – “E dizendo: Senhores, por que fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós, sujeitos às mesmas paixões, e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles”
Perceba que a mesma expressão presente em Apocalipse 14:7 está também em Atos 14:15. Isso demonstra que o Deus que Paulo e Barnabé anunciavam em suas épocas é o mesmo Deus que os mensageiros no tempo de Apocalipse 14:6-7 estão a proclamar! Além disso, aqui encontramos outra expressão presente na fala de Paulo. Ele também refere-se à esse Deus como sendo o “Deus vivo“.
Paulo Revela o Deus Desconhecido aos Atenienses
Em outra ocasião, quando Paulo estava em Atenas, conforme o relato de Atos 17, ele passou por outra situação onde encontrou um povo adorando ao “Deus Desconhecido“. Estas eram as palavras escritas em um de seus altares. Paulo aproveitou a ocasião e anunciou a estas pessoas quem era o Deus que ele anunciava, e quem era esse Deus que eles deveriam adorar. Leiamos os versos abaixo:
Atos 17:23-24 – “[…] Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens”
Novamente encontramos a identificação desse Deus como sendo o Criador: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele há”. Desta vez, Paulo acrescenta mais uma expressão para se referir à esse Deus, sendo ela o “Senhor do céu e da terra”.
O Deus Criador e Sua Identidade na Bíblia
Até o momento, verificamos que nos primórdios da igreja, Paulo apresentava o evangelho às pessoas e mostrava que eles deveriam adorar o Criador, aquele “que fez o céu, e a terra, o mar, e tudo quanto há neles”. Ele também refere-se a esse Deus com os seguintes nomes: “Deus Vivo” e “Senhor do céu e da terra”. Outras partes da Bíblia também contêm essas duas expressões. Em uma ocasião, Jesus também utilizou uma delas. Vejamos o texto:
Mateus 11:25 – “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.”
Repare que nessa passagem de Mateus 11:25, Jesus também usou a expressão “Senhor do céu e da terra“. Mas aqui temos mais informações. Se até o momento vimos que Paulo usou esses títulos para referenciar ao Criador, e aqui Jesus utilizou para se referenciar ao Seu Pai. Que conclusão podemos tomar até o momento? Simples! O Deus Criador anunciado por Paulo na igreja primitiva era o Pai de Jesus! Era esse Ser que Paulo anunciava como sendo o Deus à quem o mundo deveria adorar!
Como Pedro Anunciou a Deus
Voltando às passagens de Atos, reforçamos essa análise com outra ocasião, mas dessa vez com Pedro em seu sermão durante o pentecostes:
Atos 4:24,27 – “E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há; […] Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel.”
Conforme lemos acima, Pedro e os demais discípulos levantaram suas vozes ao Deus que adoravam, sendo esse aquele “que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há”. Essa é a mesma expressão encontrada nas pregações de Paulo, e no anúncio da Primeira Mensagem Angélica! Agora, irei entrar em ponto polêmico e crítico. Repare que no próprio verso encontramos uma distinção clara entre a pessoa desse Deus e a pessoa de Jesus. O texto se refere a Jesus como o Filho desse Deus. Mas por que estou mencionando isso? Justamente por causa da confusão existente sobre o tema da “divindade” que nós cristãos temos, tais como: “Quem é o Deus da Bíblia?“, “Quem deve ser adorado?“, etc. Diante dessas e outras inúmeras perguntas e/ou afirmações, Jesus deixa bem claro quem é o Pai dEle na oração de João 17:
João 17:1,3 – “Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti; […] E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
A Identidade do Pai na Bíblia e a Reflexão sobre a Trindade
Você consegue perceber que Jesus considerou o Pai dEle como sendo o “único Deus Verdadeiro“? Já pensou em que esse texto implica? Faço uma pergunta para reflexão: Se Jesus apresentou o Seu Pai como o “único Deus Verdadeiro”, em qual posição o próprio Jesus fica? Muitas pessoas não o consideram como sendo o próprio Deus?! E o que falar do Espírito Santo? Será que os conceitos que temos a respeito de Jesus e do Espírito Santo não estão equivocados quando os consideramos como sendo Deus também, conforme ensina a doutrina trinitariana?!
No texto abaixo, Paulo aplica os termos “Deus vivo” e “verdadeiro” novamente à pessoa do Pai, fazendo clara distinção entre Ele e a pessoa de Jesus, como sendo o Seu Filho:
1 Tessalonicenses 1:9-10 – “Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a Seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.”
Diante dessas evidências, vimos que o Pai de Jesus sempre foi anunciado como sendo:
- o Deus “que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há“
- “Senhor do céu e da terra“
- “Deus Vivo“
- “único Deus Verdadeiro“
O Pai de Jesus é o Deus anunciado pela igreja primitiva. É Ele quem é mencionado como sendo o Criador de todas as coisas, e é Ele que, segundo a Bíblia, a 1° Mensagem Angélica convoca o mundo inteiro à temer e adorar!
Reflexão sobre o Chamado da Primeira Mensagem Angélica
Apocalipse 14:6-7 – “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”
Diante desse chamado, será que o mesmo se aplica somente aos pagãos que não conhecem à Bíblia e à Deus, ou também deveria ser aplicado à maioria dos cristãos que perderam esse conhecimento diante do vinho de Babilônia promulgado diante séculos e séculos na história da igreja?
Hoje, encontro em quase todos os púlpitos sendo pregado à adoração a um deus trino. Muitos colocam Jesus no lugar de Seu Pai, ou até mesmo fazem semanas de oração e adoram uma suposta terceira pessoa como sendo Deus, diferente do Pai e do Filho. Por mais que sejamos sinceros em nossas crenças, é preciso reconhecer o que a Bíblia realmente ensina.
Por mais que tenhamos interpretações de versos que ofuscam essa verdade, é preciso fazermos um esforço para entender onde está o erro em nosso entendimento sobre esses temas. Deus é misericordioso e perdoará aqueles que pretendem O adorar, mas que ignorantemente não o conhecem de forma correta. Porém, isso não quer dizer que devemos continuar no erro. Deus espera que avancemos em nosso conhecimento sobre a Sua pessoa, e para isso depende da nossa dedicação em estudar à Sua Palavra.
Conclusão
Diante do que analisamos sobre A Primeira Mensagem Angélica: Adoração, fica evidente que essa mensagem é um chamado para a humanidade voltar-se ao verdadeiro Deus Criador, aquele que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há. Vimos que essa adoração foi ensinada por Jesus, proclamada pelos apóstolos e reafirmada na profecia de Apocalipse. Também percebemos como, ao longo da história, muitas formas de adoração desviaram o foco dessa verdade bíblica, levando a interpretações que obscurecem quem deve ser verdadeiramente adorado. Assim, este estudo nos convida a refletir sobre a importância de adorar a Deus conforme as Escrituras ensinam, reconhecendo Sua soberania e permanecendo fiéis à Sua Palavra.
Para finalizarmos, deixo as seguintes palavras de Jesus para reflexão:
João 4:23 – “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”
Que Deus nos abençoe!