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Quem é a Besta que Sobe do Mar? – Parte 1

A Besta que sobe do mar Apocalipse 13

Conteúdo

Introdução

No artigo “Quem é a Besta que Sobe do Mar? – Parte 1”, vamos iniciar uma jornada investigativa pelas páginas das Escrituras, buscando compreender um dos símbolos mais enigmáticos do livro do Apocalipse. Analisaremos a origem dessa figura misteriosa e sua ligação com outras profecias bíblicas, especialmente aquelas encontradas no livro de Daniel. Vamos explorar o contexto histórico por trás das visões proféticas, desvendar o significado dos animais simbólicos e observar como esses elementos se conectam com reinos que exerceram domínio mundial. A cada passo, abriremos espaço para que a própria Bíblia nos guie na identificação desse poder profético, permitindo que as Escrituras interpretem as Escrituras.

Sugiro a Leitura Prévia:

A Identidade da Besta: Um Mistério ao Longo dos Séculos

Ao longo da história, muito se tem especulado sobre a identidade da besta. Quem é a Besta que sobe do Mar relatada em Apocalipse 13? Sempre que uma figura mundialmente influente e maligna surge – como aconteceu com Benito Mussolini e Adolf Hitler – muitas pessoas proclamam: “O anticristo veio, e com ele, o fim do mundo!” No entanto, o tempo demonstrou que essas previsões estavam equivocadas.

Por outro lado, escritores e cineastas têm explorado esse tema, materializando suas interpretações em filmes de terror. Nessas produções, a besta é frequentemente retratada como um monstro aterrorizante que perseguirá os habitantes da Terra, marcando-os com o número 666 na testa ou na mão. Um exemplo é o filme O Despertar, que apresenta Damián como o anticristo e retrata suas artimanhas demoníacas.

No meio religioso – onde se esperaria maior consenso – também não há unanimidade sobre a identidade da besta. Algumas correntes defendem que ela já surgiu na figura de imperadores como Nero, Diocleciano ou Antíoco Epifânio. Outros acreditam que a besta ainda está por vir e que se manifestará como um líder carismático e bem-sucedido, que, subitamente, mostrará sua verdadeira face, subjugando o mundo e instaurando seu trono em Israel. Curiosamente, tanto preteristas quanto futuristas afirmam basear suas conclusões na Palavra de Deus. Mas afinal, quem está certo? Como podemos ter certeza?.

A Bíblia nos alerta: “Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular” (2 Pedro 1:20). Portanto, devemos permitir que as próprias Escrituras revelem, passo a passo, o significado de seus símbolos.

A Conexão Profética entre Daniel e Apocalipse

No capítulo anterior, analisamos a relação entre Apocalipse 13, Daniel 7 e Daniel 8. Abaixo, estão os símbolos mencionados nesses capítulos, na ordem em que aparecem:

  1. Leão
  2. Urso
  3. Leopardo de quatro cabeças
  4. Besta terrível de dez chifres (Dragão)
    • Chifre pequeno ou Besta de sete cabeças e dez chifres

Aqui, observamos quatro bestas (ou até mesmo uma “quinta“, conforme discutido no capítulo anterior). Mas o que elas representam?

A resposta está nas próprias Escrituras:

Daniel 7:17, 23 – “Esses grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da Terra… O quarto animal será o quarto reino sobre a Terra

Primeiramente, o texto indica que essas bestas representam reis. No entanto, o próprio anjo esclarece que, nesse contexto, reis devem ser compreendidos como reinos. Afinal, a existência de um reino pressupõe a presença de um rei ou uma sucessão de governantes. Dessa forma, a besta de Apocalipse 13 não é uma entidade literal, mas um símbolo de um reino ou potência mundial.

Não é incomum que Deus utilize imagens de animais selvagens para representar nações. Afinal, até os dias de hoje, muitos países se identificam com símbolos animais, como leões, águias, serpentes ou dragões. Alguns exemplos:

  • Águia: Alemanha, Áustria, Espanha, México, Polônia, Estados Unidos
  • Leão: Bélgica, Etiópia, Finlândia, Reino Unido, Índia, Noruega, Irã
  • Urso: Rússia
  • Dragão: China

Agora que compreendemos o simbolismo em Daniel e Apocalipse, falta responder à pergunta essencial: quem são esses reinos? Quem é a Besta que sobe do Mar de Apocalipse 13? Para isso, recorreremos tanto à história quanto à própria profecia bíblica.

1. Leão com Asas de Águia

Daniel 7:4 – “O primeiro era como leão e tinha asas de águia…

Biblicamente, apenas uma nação corresponde à descrição desse símbolo: Babilônia. Essa identificação é confirmada pela fusão de dois animais que Deus já havia utilizado em outras passagens para representar esse império:

Jeremias 50:17 – “Cordeiro desgarrado é Israel; os leões o afugentaram. O primeiro a devorá-lo foi o rei da Assíria; e, por último, Nabucodonosor, rei da Babilônia, quebrou-lhe os ossos

Além do leão, a águia também é usada para representar Babilônia, como vemos na profecia de Ezequiel:

Ezequiel 17:3-4,12 – “Assim diz o Senhor Deus: Uma grande águia… veio ao Líbano e levou o mais alto ramo de um cedro. E arrancou a ponta mais alta dos ramos e a trouxe a uma terra de mercancia; na cidade de mercadores a pôs… Eis que veio o rei de Babilônia a Jerusalém, tomou o seu rei e os seus príncipes e os levou consigo para Babilônia

O próprio Daniel confirma essa interpretação ao apresentar, em outra visão profética, os mesmos quatro reinos, mas representados por metais em vez de animais. No caso de Babilônia, ela aparece simbolizada pela cabeça de ouro da estátua da visão do rei Nabucodonosor:

Daniel 2:38-40 – “…Tu [Nabucodonosor, rei da Babilônia] és a cabeça de ouro. E, depois de ti, levantar-se-á outro reino [de prata], inferior ao teu, e um terceiro reino [de bronze], o qual terá domínio sobre toda a Terra. E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e despedaçará

A conexão entre essa visão e a de Daniel 7 é evidente, pois as características do quarto reino são idênticas em ambas as passagens. Em Daniel 7, o quarto animal tem dentes de ferro, com os quais devora e despedaça (Daniel 7:7). Já em Daniel 2, o “quarto reino é descrito como forte como ferro, que esmiúça e quebra tudo” (Daniel 2:40).

Essa comparação confirma que Babilônia é o primeiro dos quatro reinos que governariam em sequência. O Império Babilônico dominou do ano 605 a.C. até 539 a.C., período durante o qual o profeta Daniel viveu. Para entendermos Quem é a Besta que sobe do Mar de Apocalipse 13, precisamos entender os relatos proféticos anteriores na Bíblia.

2. O Urso com uma Costela Mais Alta que a Outra

Daniel 7:5 – “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre seus dentes

O reino representado por esse urso é uma aliança entre duas potências: os Medos e os Persas. Como sabemos disso? A própria Bíblia nos fornece a resposta. Quando Babilônia caiu, o profeta Daniel declarou:

Daniel 5:28 – “…Dividido foi o teu reino e deu-se aos Medos e aos Persas

Essa identificação se confirma no capítulo 8 de Daniel, onde o mesmo império aparece simbolizado por um carneiro:

Daniel 8:3,20 – “E levantei meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era mais alta que a outra… Aquele carneiro que viste com duas pontas são os reis da Média e da Pérsia

O texto explica que o carneiro possuía dois chifres, mas um era mais alto que o outro. Esse detalhe representa o fato de que, embora os Medos e os Persas estivessem unidos, os Persas se tornaram mais poderosos. Esse mesmo desnível aparece no urso de Daniel 7:5, confirmando que o reino predito pela profecia era, de fato, a Medo-Pérsia. Assim como em Daniel 7 encontramos símbolos proféticos de animais, o mesmo acontece em Apocalipse 13.

Cumprimento Histórico

A história comprova a precisão das palavras de Daniel. Segundo os registros históricos:

Era o ano 553 a.C. [Ciro, rei da Pérsia] atacou Astíages e, após três anos de guerra, conseguiu aliar a Média ao seu reino, dando início ao grande Império Persa, que duraria mais de dois séculos” – História Universal, vol. 1, pág. 168, Marín

A conquista da Babilônia pelos persas foi rápida e quase sem resistência:

…A oposição encontrada pelos persas foi mínima. Após serem facilmente derrotadas às margens do Tigre, as tropas babilônicas se dispersaram, o rei fugiu e toda resistência se tornou inútil” – História Universal, vol. 8, págs. 38 e 39, Nauta

O Império Medo-Persa dominou do ano 539 a.C. até 331 a.C..

As profecias de Daniel 7 e 8 foram escritas nos anos 553 a.C. e 551 a.C., durante o reinado de Belsazar, rei da Babilônia (Daniel 7:1; 8:1). Naquele tempo, prever qual império sucederia Babilônia era tão incerto quanto, nos dias de hoje, tentar adivinhar quem será o presidente dos Estados Unidos dentro de 12 anos.

3. O Leopardo de Quatro Cabeças

Daniel 7:6 – “Depois disso, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo… tinha também esse animal quatro cabeças, e lhe foi dado domínio

Na mesma visão em que Daniel viu o carneiro representando a Medo-Pérsia, Deus também lhe revelou, por meio de outro símbolo, qual seria o império sucessor:

Daniel 8:3-7,19-22 – “Enquanto eu considerava isso, um bode… veio contra o carneiro de dois chifres… e correu contra ele com a fúria de sua força… feriu-o e quebrou seus dois chifres… O carneiro que viste, com dois chifres, representa os reis da Média e da Pérsia. O bode é o rei da Grécia…

A Bíblia é clara: após a queda da Medo-Pérsia, o reino que subiu ao poder foi a Grécia. Assim, o leopardo de quatro cabeças, descrito em Daniel 7, simboliza sem dúvidas o Império Grego. O leopardo de Daniel 7 é figura de um poder, de um império! O mesmo acontece com a besta que sobe do mar relatada em Apocalipse 13.

Cumprimento Histórico

A profecia foi cumprida com exatidão na ascensão de Alexandre, o Grande, que conquistou o vasto império persa:

Alexandre Magno [rei da Grécia]… venceu o poderoso exército de Dario (331 a.C.) além do Tigre e penetrou no coração do Império Persa” – Dicionário Enciclopédico Terranova, art. “Alexandre Magno”, pág. 44

Mas por que esse leopardo tem quatro cabeças? O próprio texto bíblico revela o significado desse detalhe simbólico:

Apocalipse 17:9-10 – “Aqui há sabedoria… As sete cabeças são também sete reis…

Ou seja, essas quatro cabeças representam quatro reis ou quatro reinos que surgiriam dentro do Império Grego. Isso é confirmado em uma profecia paralela de Daniel 8, que descreve o que aconteceria após a morte do primeiro rei da Grécia:

Daniel 8:5,8,21,22 – “…Aquele bode tinha uma ponta notável entre os olhos. O bode se engrandeceu sobremaneira, mas, no auge de sua força, a grande ponta foi quebrada; e surgiram em seu lugar quatro pontas também notáveis… O fato de a grande ponta ter sido quebrada e quatro se levantarem em seu lugar significa que quatro reinos surgirão dessa mesma nação, mas sem a mesma força

O primeiro rei da Grécia foi Alexandre, o Grande. A profecia indica que, após sua morte, quatro reis se levantariam em seu lugar, algo que a história confirma de maneira impressionante:

Com a morte de Alexandre, em 323 a.C., o império se fragmentou devido à sua vasta expansão. As rivalidades entre seus sucessores culminaram na divisão do reino: Trácia e Ásia Menor ficaram para Lisímaco, a Macedônia para Cassandro, o Egito para Ptolemeu e a Babilônia para Seleuco” – Enciclopédia Terranova, art. “Grécia”, pág. 692

Esse processo de divisão consolidou-se após a Batalha de Ipsos (301 a.C.), na qual os generais Seleuco e Lisímaco venceram e mataram Antígono, consolidando a fragmentação do império em quatro reinos principais:

A Batalha de Ipsos, na Frígia, no ano 301 a.C., foi decisiva. Nela, Seleuco e Lisímaco derrotaram e mataram Antígono, dando início à primeira divisão do império de Alexandre em quatro reinos” – História Universal, vol. 1, pág. 261, Marín

O Império Grego governou de 331 a.C. até 168 a.C..

Conclusão: Quem é a Besta que sobe do Mar (Parte 1)?

  1. A besta é um símbolo profético – Na Bíblia, Deus utiliza bestas para representar reinos ou impérios que governam sobre a Terra.
  2. As bestas de Daniel 7 representam impérios históricos – Assim como os três primeiros animais dessa visão simbolizam reinos que governaram desde o tempo do profeta (Babilônia, Medo-Pérsia e Grécia), a besta descrita em Apocalipse 13 também representa um reino ou império com domínio global.
  3. As cabeças das bestas possuem significado profético – De acordo com a interpretação bíblica, as cabeças de uma besta representam reis ou reinos que surgem dentro de uma mesma nação ou império.
  4. As sete cabeças da besta de Apocalipse 13 – Seguindo essa lógica, as sete cabeças dessa besta simbolizam sete reis ou reinos que surgirão dentro da mesma potência mundial.

Assim, a profecia nos convida a identificar e compreender esses reinos para reconhecer os eventos futuros à luz das Escrituras.

Sugiro a leitura da continuação desse estudo:

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