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Os Dez Mandamentos: A Vontade de Deus Escrita em Pedra

Conteúdo

Introdução

Entre os muitos textos bíblicos que revelam o caráter de Deus, nenhum é tão direto e eterno quanto Os Dez Mandamentos. Ao longo deste artigo, vamos entender o significado desses mandamentos, onde e como foram entregues, por que eles são diferentes de todas as outras leis e como eles ainda se aplicam a nós hoje. Vamos também refletir sobre o exemplo de Jesus, que viveu em plena obediência a essa Lei, e o nosso chamado a segui-Lo nessa obediência.

Deus Escreveu com o Seu Próprio Dedo os Dez Mandamentos

Os Dez Mandamentos não foram escritos por Moisés ou por profetas, mas pelo próprio Deus.

Êxodo 31:18 – “E deu a Moisés, quando acabou de falar com ele no monte Sinai, as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus

Isso mostra a origem divina e o valor eterno da Lei. Deus não delegou a nenhum ser humano a responsabilidade de escrever Os Dez Mandamentos. Ele mesmo os gravou em pedra, demonstrando que são imutáveis e fundamentais.

Onde e Como Foram Dadas as Tábuas dos Dez Mandamentos?

Os Dez Mandamentos foram entregues no Monte Sinai, logo após a libertação do povo de Israel do Egito.

Êxodo 19:20 – “E o Senhor desceu sobre o monte Sinai, no cume do monte; e o Senhor chamou Moisés ao cume do monte, e Moisés subiu

Ali, Deus firmou uma aliança com o povo, e os mandamentos foram o centro desse compromisso.

Êxodo 24:12 – “Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e fica ali; dar-te-ei tábuas de pedra, a lei e os mandamentos que escrevi para os ensinar

Os Dez Mandamentos: Uma Lei Diferente das Demais

Na Bíblia, existem várias leis, mas os Dez Mandamentos ocupam uma posição única. Enquanto outras leis foram escritas por Moisés em rolos, os Dez Mandamentos foram escritos por Deus em pedra.

Deuteronômio 10:4 – “Então escreveu nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez mandamentos que o Senhor vos falara no monte

Eles formam a base da aliança entre Deus e Seu povo.

Deuteronômio 4:13 – “Então vos anunciou a sua aliança, que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra

Quais São Os Dez Mandamentos?

Os Dez Mandamentos estão registrados em Êxodo 20:1-17. São eles:

  1. Não terás outros deuses diante de mim.
  2. Não farás para ti imagem de escultura.
  3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
  4. Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
  5. Honra teu pai e tua mãe.
  6. Não matarás.
  7. Não adulterarás.
  8. Não furtarás.
  9. Não dirás falso testemunho.
  10. Não cobiçarás.

Esses mandamentos abrangem nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Eles refletem princípios eternos de justiça, amor e respeito.

Leia também:

Os Dez Mandamentos

1° Mandamento

Êxodo 20:3 – “Não terás outros deuses diante de mim

O primeiro mandamento da Lei dos Dez Mandamentos estabelece a base de todo o relacionamento entre o Criador e a criatura: Êxodo 20:3 – “Não terás outros deuses diante de mim” Esse mandamento não é apenas uma proibição contra a adoração de ídolos visíveis, mas uma afirmação clara da soberania e exclusividade de Deus na vida de Seu povo.

Ao dizer “diante de mim“, Deus revela que nada deve ocupar o lugar que Lhe pertence em nosso coração. Ele não aceita rivais. Adorar a outros “deuses” significa dar a algo ou alguém a confiança, o amor e a lealdade que deveriam ser direcionados unicamente a Deus. Esses “deuses” podem ser riquezas, fama, relacionamentos, status, ou até mesmo a própria vontade humana. Tudo aquilo que nos afasta de Deus ou ocupa o centro de nossa vida no lugar dEle torna-se um falso deus.

O primeiro mandamento nos chama a reconhecer que há um só Deus verdadeiro – o Deus da Bíblia. Ele é nosso Criador, Redentor e Sustentador. Ao nos entregar esse mandamento, Deus nos convida a uma relação de exclusividade, fidelidade e amor. Ele deseja ser nosso único Senhor, não por imposição, mas porque somente Ele pode nos dar vida, paz e salvação.

Jesus reafirmou essa verdade quando declarou: “Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás” (Mateus 4:10). Guardar o primeiro mandamento é colocar Deus em primeiro lugar todos os dias, em cada decisão, em cada pensamento e em cada atitude. É viver com o coração voltado para o céu, reconhecendo que somente Deus é digno de nossa adoração e confiança plena.

2° Mandamento

Êxodo 20:4-6 – “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam, e faço misericórdia a milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos

O segundo mandamento da Lei de Deus proíbe a criação e a adoração de imagens ou representações para fins de culto. Essa ordem divina não condena a arte ou as representações visuais em si, mas condena seu uso como meio de adoração, devoção ou veneração. Deus deixa claro que Ele não pode ser representado por obras humanas, pois é infinito, eterno e espiritual. Ao proibir imagens, Deus protege o povo contra a idolatria – que é colocar algo no lugar do Criador.

Esse mandamento reforça o chamado à adoração verdadeira, que deve ser dirigida somente a Deus e com o coração puro. Jesus confirmou esse princípio ao dizer: “Deus é espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24). Adorar imagens deturpa o caráter de Deus e desvia o foco da fé viva para objetos inanimados, criados pelas mãos humanas.

Além disso, o segundo mandamento revela a seriedade com que Deus trata a idolatria. Ele se apresenta como um “Deus zeloso“, que não aceita dividir Sua glória com nada ou ninguém. Ao mesmo tempo, oferece misericórdia “a milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos“. Guardar esse mandamento é um ato de amor e fidelidade, que honra a santidade e a exclusividade de Deus em nossa vida.

3° Mandamento

Êxodo 20:7 – “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão

O terceiro mandamento da Lei dos Dez Mandamentos ensina que devemos tratar o nome de Deus com reverência e respeito. “Tomar o nome do Senhor em vão” significa usar o nome de Deus de maneira leviana, desrespeitosa ou sem propósito. Isso inclui o uso do nome divino em juramentos falsos, promessas quebradas, blasfêmias ou até mesmo expressões comuns do dia a dia que mencionam Deus sem a devida consideração.

O nome de Deus representa quem Ele é: Seu caráter, Sua santidade, Seu poder e Sua autoridade. Quando usamos esse nome de forma irreverente, desonramos o próprio Deus. Jesus ensinou a importância da reverência ao nome de Deus ao dizer: “Santificado seja o teu nome” (Mateus 6:9). Isso mostra que o verdadeiro discípulo não apenas evita usar o nome de Deus em vão, mas também se dedica a exaltá-lo com palavras e ações.

Esse mandamento também nos alerta sobre a hipocrisia religiosa – quando alguém professa crer em Deus, mas vive de maneira contrária à Sua vontade. Carregar o nome de Deus é uma responsabilidade. Quando dizemos que somos cristãos, representamos o nome de Cristo diante do mundo. Por isso, nossas atitudes devem refletir a fé que professamos. Honrar o nome do Senhor não é apenas uma questão de palavras, mas de testemunho de vida. Guardar o terceiro mandamento é viver com integridade, reverência e amor por Aquele que nos chamou pelo nome.

4° Mandamento

Êxodo 20:8-11 – “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou

O quarto mandamento da Lei de Deus nos chama a lembrar e santificar o sábado, o sétimo dia da semana. Esse mandamento está no coração da aliança de Deus com o ser humano, pois liga diretamente a criação com a adoração. Deus instituiu o sábado desde o início, após criar o mundo em seis dias (Gênesis 2:2-3). Ele descansou, abençoou e separou o sábado como um dia especial – não por estar cansado, mas para estabelecer um ciclo sagrado de trabalho e repouso.

Guardar o sábado significa mais do que apenas descansar fisicamente. É um tempo separado para lembrar do Criador, fortalecer a comunhão com Ele e renovar a fé. Deus ordena que nesse dia toda atividade comum seja deixada de lado, inclusive pelos membros da família, servos, visitantes e até pelos animais. Esse descanso é uma bênção para todos. Ao santificar o sábado, reconhecemos a soberania de Deus sobre nosso tempo, nossos recursos e nossa vida.

Jesus também respeitou e guardou o sábado (Lucas 4:16), presente nos Dez Mandamentos. Ele ensinou que “o sábado foi feito por causa do homem” (Marcos 2:27), mostrando que esse dia é um presente divino, feito para o nosso bem. O sábado nos convida a parar, refletir, adorar e nos reconectar com Aquele que nos criou. Assim, ao guardar o quarto mandamento, honramos a Deus como Criador e Senhor do tempo.

5° Mandamento

Êxodo 20:12 – “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá

O quinto mandamento da Lei dos Dez Mandamentos estabelece a importância do respeito e da honra dentro da família. Honrar pai e mãe vai além da obediência durante a infância; envolve gratidão, cuidado, reverência e reconhecimento ao longo da vida. Deus valoriza profundamente as relações familiares, pois elas são a base de uma sociedade forte, equilibrada e cheia de amor.

Esse mandamento é o primeiro que trata diretamente do relacionamento entre seres humanos. Ele carrega uma promessa: a de que aqueles que o obedecem terão “dias prolongados” sobre a terra. Isso não significa apenas longevidade física, mas também uma vida abençoada, estável e em paz. A obediência e o respeito aos pais refletem um coração humilde, disposto a aprender e a viver segundo a sabedoria divina.

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo reafirma esse princípio em Efésios 6:2-3 – “Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” Isso mostra que o quinto mandamento continua válido e relevante para todos os que desejam viver segundo a vontade de Deus.

Honrar os pais também significa cuidar deles na velhice, defender sua dignidade e seguir bons ensinamentos. Mesmo em casos de pais falhos ou ausentes, o mandamento nos convida a agir com misericórdia e respeito. Ao vivermos o espírito desse mandamento, promovemos a harmonia no lar e damos testemunho de um coração moldado pela graça de Deus.

6° Mandamento

Êxodo 20:13 – “Não matarás

O sexto mandamento da Lei de Deus é direto e claro: “Não matarás“. Essa ordem divina protege o valor da vida humana, que foi criada à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:27). Matar, no contexto bíblico, refere-se ao ato de tirar deliberadamente a vida de outra pessoa por ódio, vingança ou injustiça. Deus, como Criador da vida, é também o único que tem autoridade para dá-la e tirá-la. Por isso, esse mandamento afirma o caráter sagrado de toda vida humana.

Jesus aprofundou a compreensão desse mandamento ao mostrar que ele também trata das intenções do coração. Em Mateus 5:21-22, Ele disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas eu vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo“. Assim, o mandamento não se limita ao ato físico de matar, mas também inclui o ódio, a raiva injusta, o desprezo e a violência emocional.

Esse mandamento nos chama a cultivar a paz, o perdão e o respeito pela vida do próximo. Implica em rejeitar toda forma de violência, opressão e injustiça. Também nos convida a defender os indefesos, cuidar dos doentes, proteger os vulneráveis e promover a reconciliação. Guardar esse mandamento é valorizar a vida em todas as suas formas, desde o nascimento até a velhice.

Não matarás” nos lembra que a vida é dom de Deus. Quando respeitamos esse mandamento, revelamos o caráter d’Aquele que é a fonte da vida e demonstramos amor prático ao nosso próximo. É um chamado à responsabilidade, à compaixão e à promoção da justiça.

7° Mandamento

Êxodo 20:14 – “Não adulterarás

O sétimo mandamento da Lei dos Dez Mandamentos protege a pureza, a fidelidade e a santidade do casamento. Quando Deus disse “Não adulterarás“, Ele estabeleceu um limite claro para preservar o compromisso entre marido e esposa. O adultério, que é a relação íntima fora do vínculo matrimonial, fere não apenas a pessoa traída, mas também destrói a confiança, a dignidade e os valores espirituais que sustentam a família.

O casamento foi instituído por Deus como uma aliança sagrada (Gênesis 2:24). Dentro dessa união, fidelidade e respeito são fundamentais. Por isso, o sétimo mandamento não trata apenas de um comportamento moral, mas de uma aliança espiritual. Jesus foi além da letra da Lei e revelou sua essência mais profunda:

Mateus 5:27-28 – “Ouvistes que foi dito: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela

Assim, a fidelidade começa na mente e no coração, e não apenas nas ações externas.

Guardar esse mandamento é um ato de amor, tanto para com o cônjuge quanto para com Deus. Significa honrar compromissos, cultivar a confiança e evitar tudo o que possa desviar o coração da lealdade conjugal – seja em atitudes, pensamentos ou intenções. Em um mundo que banaliza os relacionamentos, o sétimo mandamento convida à pureza de vida e à valorização do amor verdadeiro.

Obedecer a essa ordem divina não é apenas uma obrigação moral, mas uma escolha diária de viver em santidade, integridade e respeito mútuo. “Não adulterarás” é um lembrete de que o amor fiel agrada a Deus e fortalece a base da sociedade: a família.

8° Mandamento

Êxodo 20:15 – “Não furtarás

O oitavo mandamento da Lei dos Dez Mandamentos é direto e claro: “Não furtarás“. Ele nos ensina a respeitar o que pertence ao próximo e a viver com honestidade. Deus estabeleceu esse princípio para proteger a propriedade, os recursos e os direitos de cada pessoa. Roubar não se limita apenas a tirar algo material sem permissão, mas inclui enganar, reter o que é justo ou agir de forma desonesta em qualquer área da vida.

Esse mandamento nos convida a cultivar um caráter íntegro. Ele abrange atitudes comuns, como mentir para obter vantagem, sonegar impostos, explorar o trabalho alheio ou até desperdiçar o tempo dos outros. Tudo isso viola o espírito do oitavo mandamento. Em Efésios 4:28, Paulo reforça esse ensinamento ao escrever:

Efésios 4:28 – “Aquele que furtava, não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade

Assim, a Bíblia mostra que o oposto de furtar é trabalhar com honestidade e generosidade. Deus nos chama a ser justos não apenas para evitar o erro, mas para promover o bem. Quando respeitamos o que é dos outros, demonstramos amor e confiança em Deus como nosso provedor.

Guardar esse mandamento é essencial em um mundo marcado pela corrupção, ganância e desonestidade. Ele nos lembra de que todas as coisas pertencem, em última instância, a Deus, e que somos apenas administradores do que recebemos. Viver com integridade, trabalhar com dignidade e repartir com quem precisa refletem o caráter de Cristo em nós. “Não furtarás” é mais do que uma ordem – é um convite a viver com justiça e generosidade.

9° Mandamento

Êxodo 20:16 – “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo

O nono mandamento da Lei de Deus nos chama à verdade. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” vai muito além de um simples apelo para não mentir. Ele nos ensina a falar com integridade, a defender a justiça e a proteger a reputação do outro. Deus valoriza a verdade, e esse mandamento protege a convivência e a confiança mútua entre as pessoas.

No contexto bíblico, o “falso testemunho” tinha implicações sérias, especialmente em tribunais, onde uma mentira podia custar a vida ou a liberdade de alguém. Mas o princípio se estende a toda forma de engano, fofoca, calúnia, difamação ou insinuação maldosa. Sempre que usamos palavras para ferir, manipular ou enganar, quebramos esse mandamento.

A Bíblia nos exorta a viver com a verdade no coração e nos lábios. Provérbios 12:22 declara:

Provérbios 12:22 – “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que praticam a verdade são o seu deleite

Deus ama a verdade porque ela reflete Seu próprio caráter. Jesus disse em João 14:6: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida“. Seguir Jesus é viver a verdade em amor. Por isso, guardar o nono mandamento é também um testemunho de fé e obediência.

Nossas palavras têm poder. Elas podem edificar ou destruir, abençoar ou ferir. Deus nos chama a usar esse poder com responsabilidade, sempre comprometidos com a verdade. Em um mundo cheio de mentiras e engano, o nono mandamento nos convida a ser luz – pessoas que falam com sinceridade, promovem a justiça e honram a verdade em todos os momentos.

10° Mandamento

Êxodo 20:17 – “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo

O décimo mandamento trata de algo que começa no coração: o desejo desordenado pelas coisas dos outros. “Não cobiçarás” não é apenas uma proibição contra ações externas, mas um chamado para purificar os pensamentos e as intenções. Cobiçar é desejar de forma egoísta o que pertence a outra pessoa, seja bens materiais, relacionamentos ou posições.

Esse mandamento mostra que Deus não está interessado apenas em nossas atitudes externas, mas também em nosso interior. Jesus reforçou esse princípio quando disse que o pecado começa no coração (Mateus 5:28). A cobiça é perigosa porque pode nos levar a quebrar outros mandamentos – mentir, roubar, adulterar ou até matar. Tudo começa com um desejo mal direcionado.

A Bíblia nos ensina a buscar contentamento em Deus. Em Hebreus 13:5 lemos:

Hebreus 13:5 – “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei

Quando confiamos que Deus provê tudo o que precisamos, aprendemos a viver com gratidão, em vez de invejar o que é do próximo.

O décimo mandamento também nos convida à generosidade e à empatia. Em vez de desejar o que o outro tem, somos chamados a alegrar-nos com suas conquistas. Isso fortalece os laços de amor e promove a paz entre as pessoas.

Guardar esse mandamento é cultivar um coração limpo, livre da cobiça e cheio de confiança em Deus. Ele nos ensina que a verdadeira riqueza está em uma vida simples, satisfeita e centrada no Senhor.

Os Dez Mandamentos e a Aliança de Deus

Os Dez Mandamentos representam muito mais do que uma lista de normas morais. Eles são a base da aliança entre Deus e Seu povo, uma aliança que expressa o caráter de Deus e o propósito para os seres humanos. Desde o Sinai, onde Deus escreveu com Seu próprio dedo os mandamentos em duas tábuas de pedra (Êxodo 31:18), essas palavras se tornaram símbolo de um relacionamento profundo com o Criador. Guardar os mandamentos não é um ato frio de obediência, mas uma resposta amorosa de quem reconhece a autoridade e o amor de Deus. É por isso que Jesus disse:

João 14:15 – “Se me amais, guardai os meus mandamentos

Essa aliança, estabelecida no passado, continua viva. Em Hebreus 8:10, lemos: “Porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei“. Deus deseja mais do que uma obediência exterior; Ele quer que Seus mandamentos façam parte de quem somos. Em Cristo, essa aliança é reafirmada. Ele não veio abolir a Lei, mas cumpri-la e vivê-la perfeitamente (Mateus 5:17).

A obediência aos Dez Mandamentos continua sendo um sinal visível da nossa fidelidade a Deus. Assim como no passado o povo de Israel mostrava sua aliança com Deus guardando a Sua Lei, hoje, os que seguem a Cristo manifestam essa mesma fidelidade vivendo conforme os princípios eternos dos Dez Mandamentos. A aliança de Deus não é antiga ou ultrapassada. Ela é viva, presente, e gravada em nossos corações.

O Pecado é a Transgressão da Lei de Deus

A Bíblia define o pecado como a violação da Lei de Deus.

1 João 3:4 – “Todo aquele que comete pecado transgride também a lei; porque o pecado é a transgressão da lei

Portanto, rejeitar os Dez Mandamentos é rejeitar a definição bíblica do que é certo ou errado. Quando compreendemos isso, passamos a valorizar ainda mais a importância da obediência.

Claro que a transgressão não se resume apenas na desobediência a esses Dez mandamentos, mas em toda a Lei de Deus. Seja os mandamentos escritos em pedra, ou os que foram ditados por Deus à Moisés. De qualquer forma, os Dez Mandamentos ainda possuem um princípio eterno da vontade do Senhor, enquanto que, os demais mandamentos podem (ou não), ter um cunho mais temporal (ou local), dependendo da natureza de cada mandamento.

Somos Chamados a Guardar os Mandamentos

Seguir Jesus vai além de palavras ou crenças – é viver como Ele viveu. E Jesus guardou fielmente Os Dez Mandamentos, demonstrando que a Lei de Deus continua válida para Seus seguidores. O livro de Apocalipse descreve os fiéis do tempo do fim com estas palavras:

Apocalipse 14:12 – “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus

Essa descrição mostra que fé e obediência caminham juntas. Aqueles que amam a Cristo seguem Seus ensinamentos e refletem Seu caráter em suas ações.

Guardar Os Dez Mandamentos não é legalismo – é amor colocado em prática. Jesus ensinou que o amor a Deus e ao próximo é o fundamento da Lei (Mateus 22:37-40). Isso significa que a obediência nasce de um coração transformado. Um coração regenerado pelo Espírito de Deus deseja agradá-Lo e rejeita aquilo que O ofende. A salvação é um dom gratuito, mas o resultado natural dessa salvação é a obediência. Quem foi alcançado pela graça, responde com fidelidade.

A Lei de Deus revela o que é certo e errado. Ela é como um espelho que mostra nossas imperfeições, levando-nos a depender de Jesus para perdão e transformação (Tiago 1:23-25). Quando guardamos Os Dez Mandamentos, não buscamos méritos diante de Deus. Em vez disso, demonstramos que pertencemos a Ele e que desejamos viver de acordo com Sua vontade. A obediência é a resposta grata de quem entendeu o valor da cruz. Portanto, ao seguir Jesus, somos chamados a andar como Ele andou – em fidelidade à Palavra e em obediência aos mandamentos do Pai.

Conclusão: Os Dez Mandamentos

Os Dez Mandamentos não são apenas parte da história bíblica – são relevantes hoje. Eles nos revelam quem Deus é, mostram o que é o pecado e nos apontam para o padrão de vida que Jesus viveu. Quando escolhemos obedecer, estamos dizendo “sim” ao amor de Deus e ao Seu plano para nossa vida. Que possamos viver cada dia com essa certeza: a Lei de Deus continua sendo um guia seguro para todos que desejam andar com Ele.

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