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A Última Babilônia: Um Estudo Profético de Apocalipse 17

Conteúdo

Introdução

No presente artigo, intitulado A Última Babilônia: Um Estudo Profético de Apocalipse 17, exploraremos os símbolos intrigantes dessa profecia e investigaremos sua aplicação histórica e espiritual. Vamos analisar quem é a mulher vestida de púrpura, o significado do vinho de sua prostituição, a identidade das sete cabeças da besta e a razão pela qual ela recebe o nome de Babilônia. Estudaremos como esses elementos se conectam com o cenário religioso e político contemporâneo, buscando compreender como a profecia se cumpre diante de nossos olhos. Ao longo do texto, construiremos juntos uma visão clara dos personagens e dos eventos descritos, confrontando-os com a Palavra de Deus.

Da mesma forma que a profecia de Apocalipse 13 revela detalhes não perceptíveis à primeira vista em Daniel 7 e 8, Apocalipse 17 traz uma revelação ainda mais profunda. Esse novo capítulo amplia e confirma, de maneira contundente, tudo o que estudamos até aqui sobre os poderes que atuam no cenário profético do tempo do fim.

Sugiro a Leitura Prévia do Estudo:

A Última Babilônia

A Mensagem Profética de Apocalipse 14

No capítulo 1 deste estudo, lemos brevemente Apocalipse 14:6-16. Essa passagem apresenta, por meio de símbolos, a mensagem do Evangelho eterno sendo proclamada a todas as nações. Ela inclui três mensagens especiais: o anúncio do juízo de Deus, a queda de Babilônia e a advertência contra a besta e sua imagem (vers. 7-9).

Até agora, analisamos com clareza a terceira mensagem, e neste ponto do estudo já conseguimos identificar as entidades e eventos representados. Agora, vamos voltar nossa atenção para a segunda mensagem, que trata de Babilônia e sua posterior queda – tema que aponta diretamente para a última Babilônia descrita nas Escrituras.

A Visão da Mulher e da Besta Escarlata

A profecia apresenta a seguinte visão:

Apocalipse 17:1-6 – “Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças e falou comigo, dizendo: «Vem cá e te mostrarei a sentença contra a grande prostituta, a que está sentada sobre muitas águas. Com ela fornicaram os reis da terra, e os habitantes da terra se têm embriagado com o vinho de sua fornicação». Levou-me no Espírito ao deserto, e vi a uma mulher sentada sobre uma besta escarlata cheia de nomes de blasfêmia, que tinha sete cabeças e dez chifres. A mulher estava vestida de púrpura e escarlata, enfeitada de ouro, pedras preciosas e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio de abominações e da imundície de sua fornicação. Em sua fronte tinha um nome escrito, mistério: «Babilônia a grande, a mãe das prostitutas e das abominações da terra». Vi à mulher embriagada com o sangue dos santos e do sangue dos mártires de Jesus. Quando a vi fiquei assombrado com grande assombro

A profecia descreve uma mulher chamada Babilônia, sentada sobre a besta de sete cabeças e dez chifres. Mas o que isso tem a ver com o império católico, surgido em 380 d.C., ou com o antigo império babilônico, destruído em 539 a.C. pelos Medo-Persas?

Interpretando a Última Babilônia: O Significado Escatológico

Alguns intérpretes, ao tentar resolver essa aparente contradição, afirmam que o texto se refere ao antigo império babilônico. Segundo essa visão, a besta aqui mencionada não seria a mesma de Apocalipse 13, mas sim o dragão de Apocalipse 12. Eles sustentam essa interpretação com os seguintes argumentos:

  • A besta desta passagem possui sete cabeças e dez chifres, assim como o dragão de Apocalipse 12 (compare Apocalipse 17:3 e Apocalipse 12:3);
  • A besta aparece com a cor escarlata (vermelho vivo), semelhante ao dragão de Apocalipse 12 (compare Apocalipse 17:3 e Apocalipse 12:3).

Para esses intérpretes, essa associação elimina o problema. Afinal, Babilônia – assim como os demais impérios antigos – teria sido influenciada pelo dragão, símbolo de Satanás (Apocalipse 12:9). Nesse caso, Babilônia representaria uma das sete cabeças do dragão. Essa é uma explicação comum entre os que rejeitam a ligação direta da profecia com a última Babilônia, figura escatológica presente em Apocalipse.

A Verdadeira Identidade da Besta Escarlata

No entanto, devemos destacar que a Escritura jamais chama o dragão de “besta“. Além disso, o argumento da cor não se sustenta plenamente, pois os termos gregos utilizados nas passagens são distintos: um significa literalmente “escarlata” ou “vermelho“, e o outro apenas “vermelho” ou “cor de fogo” (Léxico Melhorado de Strong, 2847, 4450. As palavras gregas aqui usadas são Kokkinon (kovkkinon) e Purrhos (purro). Se não dispõe do Léxico de Strong, pode comparar esta tradução com a da Bíblia de Jerusalém ou Nacar-Colunga).

Uma análise comparativa detalhada comprova que a besta escarlata de Apocalipse 17 é, de fato, a mesma que aparece em Apocalipse 13 – ou seja, a primeira besta que surge do mar. Essa interpretação se alinha melhor com o fluxo profético do Apocalipse, que descreve o desenvolvimento de poderes religiosos e políticos até seu ápice nos eventos finais, envolvendo a apostasia global representada por a última Babilônia.

Apocalipse 13Apocalipse 17
“Aqui há sabedoria. O que tem entendimento…” (v. 18).“Isto, para a mente que tenha sabedoria…” (v. 9).
“Vi subir do mar uma besta…” (v. 1).“Vi… uma besta escarlata…(v. 3).
“Vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres” (v. 1).“Vi… uma besta escarlata… que tinha sete cabeças e dez chifres” (v. 3).
“…sobre suas cabeças, nomes de blasfemia” (v.  1).“…sobre uma besta escarlata cheia de nomes de blasfêmia” (v. 3).
“…toda a terra se maravilhou após a besta” (v. 3).Os habitantes da terra... se assombrarão vendo a besta…” (v. 8).
“…todos os habitantes da terra cujos nomes não estavam escritos desde o princípio do mundo no livro da vidado Cordeiro” (v. 8).“Os habitantes da terra, aqueles cujos nomes não estão  escritos no livro da vida desde a fundação do mundo…” (v. 8).
“…a besta que foi ferida de espada e reviveu” (v. 14).“A besta que viste era e não é, e está para subir do abismo e ir a perdição” (v. 8).

A Última Babilônia: A Mulher e os Reis da Terra

Não obstante, devemos considerar um aspecto fundamental da visão profética: a mulher não aparece unida a Cristo, mas sim aos “reis da terra“. Essa mulher, chamada Babilônia, representa claramente a Igreja cristã que, em busca de prestígio e influência, se uniu ao Império Romano, apostatando da verdade do evangelho. A profecia afirma:

Apocalipse 17:4 – “A mulher estava vestida de púrpura e escarlata, enfeitada de ouro, pedras preciosas e pérolas

É impressionante como essa descrição coincide com a realidade vivida durante os séculos de escuridão espiritual, quando a fé cristã institucionalizou-se e passou a buscar alianças políticas e reconhecimento estatal.

A Prostituta Espiritual: Imagens do Antigo Testamento

A Bíblia frequentemente utiliza a imagem de uma mulher infiel para simbolizar o povo de Deus que abandona a verdade e se entrega a outras crenças. A seguir, alguns exemplos dessa linguagem:

Oséias 9:1 – “Não te alegres, Israel, não saltes de gozo como outros povos, pois fornicaste ao apartar-te de teu Deus. Amaste o salário de prostitutas em todas as eras de trigo

Jeremias 3:20 – “Mas como a esposa infiel abandona seu esposo, assim vós me traístes, ó casa de Israel, diz o Senhor

Essas passagens deixam claro que Deus vê a infidelidade espiritual como adultério. No contexto de Apocalipse 17, Babilônia simboliza uma igreja que abandonou sua fidelidade a Cristo e se entregou às estruturas políticas da Terra – a última Babilônia, que encarna a união ilegítima entre religião e Estado.

O Vinho da Prostituição: A Embriaguez das Nações

No capítulo 5 deste estudo, vimos que quando a Igreja buscou apoio do Estado para impor doutrinas religiosas, isso resultou na introdução de falsos ensinos no seio da cristandade. Apocalipse 17 confirma essa realidade espiritual:

Apocalipse 17:2 – “Com ela se prostituíram os reis da terra, e os habitantes da terra se embriagaram com o vinho da sua prostituição

Esse texto revela que o vinho, fruto da união ilícita entre Igreja e Estado, embriagou o mundo inteiro. Mas o que exatamente representa esse vinho? O versículo 4 fornece uma pista:

Apocalipse 17:4 – “A mulher estava vestida de púrpura e escarlata, enfeitada de ouro, pedras preciosas e pérolas, e tinha na mão um cálice de ouro cheio de abominações e da imundície da sua prostituição

O vinho é o conteúdo do cálice que a mulher segura. Segundo o texto, ele é composto de abominações. A pergunta que surge é: O que a Bíblia chama de abominações?

As Abominações na Bíblia: O Conteúdo do Cálice da Última Babilônia

A Bíblia apresenta diversas práticas religiosas e espirituais como “abominações” aos olhos de Deus. Essas práticas são justamente o conteúdo do cálice que embriaga as nações em Apocalipse 17. Veja alguns exemplos:

Deuteronômio 18:10-13 – “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante, mágico ou quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz essas coisas é abominável ao Senhor

Deuteronômio 27:15 – “Maldito o homem que fizer uma escultura ou imagem de fundição – coisa abominável ao Senhor – obra das mãos do artífice, e a colocar em lugar oculto

Ezequiel 8:16-17 – “…e estavam adorando o sol, voltados para o oriente… é isto coisa leviana? Fazem eles estas abominações?

Ezequiel 23:35-38 – “Fornicaram com seus ídolos… contaminaram o meu santuário… profanaram os meus sábados

Provérbios 28:9 – “O que desvia o ouvido de ouvir a lei, até a sua oração é abominável

Essas passagens demonstram que as abominações não são apenas práticas pagãs evidentes, mas também qualquer forma de desvio da lei de Deus e da adoração verdadeira. A Igreja representada por a última Babilônia assume para si essas abominações, misturando o sagrado com o profano e levando as nações à embriaguez espiritual.

A Última Babilônia e a Rejeição da Lei de Deus

O fato de a Igreja Romana ter dado as costas à Lei de Deus e adotado doutrinas pagãs em seu corpo de ensinamentos cristãos justifica o título profético que Cristo lhe atribui: Babilônia, a Grande.

Mas por que esse nome? A explicação é simples: Babilônia foi o berço da religião falsa. Ali, Ninrode, bisneto de Noé, rebelou-se contra Deus e iniciou, junto com sua esposa Semíramis, o culto ao sol, à lua e às estrelas (Ralph Woodrow, Babilonia Mistério Religioso, págs. 9-18). Foi também em Babilônia que:

  • O primeiro dia da semana (domingo) foi estabelecido como sagrado ao deus Sol;
  • O solstício de inverno (25 de dezembro) passou a ser celebrado como data festiva;
  • Surgiu a hóstia e a crença na transubstanciação;
  • Nasceu o culto aos mortos, o conceito de limbo e o purgatório;
  • Foi esculpida a primeira imagem para adoração e realizada a primeira procissão (Se deseja detalhes, leia o tema “A Queda da Igreja: Da Luz para as Trevas” no estudo 5):

A Mãe das Prostitutas: Filhas da Última Babilônia

Apocalipse 17:5 afirma que Babilônia é “a mãe das prostitutas“, o que indica que ela possui filhas espirituais – instituições religiosas que seguem seus passos. É triste reconhecer que muitas igrejas que se declaram protestantes uniram-se a A Última Babilônia, sacrificando partes da verdade bíblica e adotando doutrinas e tradições sem base nas Escrituras.

Esse contexto confirma que o vinho no cálice da mulher representa falsas doutrinas com as quais ela tem enganado a maioria dos habitantes da terra. A corrupção espiritual se espalhou como fermento, diluindo os ensinamentos puros de Cristo.

As Sete Cabeças da Besta e a Geografia Profética

A profecia de Apocalipse 17 nos apresenta uma imagem simbólica rica de significado. Ainda que já tenhamos identificado as cabeças como representações de poderes civis, o texto fornece uma segunda interpretação profética:

Apocalipse 17:3,9 – “E levou-me o anjo em espírito ao deserto. E vi uma mulher montada numa besta escarlate, cheia de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres… As sete cabeças são sete montes sobre os quais está sentada a mulher

Aqui, os sete montes não são um símbolo, mas a explicação direta do anjo. Portanto, a profecia indica que essa igreja está localizada fisicamente sobre sete colinas.

Roma, a Cidade das Sete Colinas

A identidade geográfica mencionada pela profecia cumpre-se de forma notável na cidade de Roma, sede da Igreja Romana. Consideremos as seguintes declarações históricas:

Roma… Residência do Papa… centro do papado e do mundo cristão… a capital dos papas… Lutero… vislumbrou… a cidade das sete colinas. Com profunda emoção, caiu de joelhos e exclamou: ‘Salve Roma santa!’” – D’Aubigné, lib. 2, cap. 6

João Paulo II teve uma visão sobrenatural… como se estivesse em Fátima, mas nas colinas luminosas do Lácio, sobre as sete colinas de Roma, em agosto de 1981” – Malachi Martin ex S.J., As Chaves deste Sangue: Papa JOÃO PAULO II contra Rússia e o Oeste pelo controle da Novo Ordem Mundial, págs. 626-627

Os sete montes de Roma são:

  1. Palatino
  2. Capitolino
  3. Quirinal
  4. Viminal
  5. Esquilino
  6. Célio
  7. Aventino

O Papado e a Confirmação Profética

Quando estudamos o “chifre pequeno” em Daniel, vimos que ele representa um poder romano, pois surge da quarta besta, que representa o Império Romano. Agora, ao associarmos as sete cabeças da besta à cidade de Roma, temos mais uma confirmação profética: o papado é o poder indicado em Apocalipse 17.

A besta sobre a qual a mulher está sentada representa o poder civil, e a mulher, o poder religioso. A união entre ambos – encarnada no sistema papal – cumpre com precisão todos os elementos da visão. Assim, a Última Babilônia se revela como a culminação do sincretismo religioso e da apostasia histórica que teve início na antiga Babilônia e alcança sua expressão final na aliança entre religião e política nos tempos do fim.

Conclusões Proféticas: A Última Babilônia

Ao reunir os elementos simbólicos e históricos analisados, podemos estabelecer conclusões sólidas sobre os personagens centrais de Apocalipse 17 e sua relação com a apostasia religiosa:

1. A Besta de Apocalipse 17 é a Mesma de Apocalipse 13

Ambas as bestas representam o mesmo poder: o papado. A diferença está na ênfase. Em Apocalipse 13, os aspectos religiosos e políticos estão unidos numa única entidade. Já em Apocalipse 17, esses elementos aparecem distintos:

  • A mulher representa o poder religioso
  • A besta escarlate representa o poder político

2. A Mulher Simboliza o Povo de Deus Apostatado

A Bíblia frequentemente retrata o povo de Deus que se afasta da verdade como uma mulher infiel ou prostituta. Esse símbolo denuncia a infidelidade espiritual por parte de instituições religiosas que abandonaram os princípios bíblicos.

3. O Vinho Representa as Falsas Doutrinas

O “vinho” com o qual a mulher embriaga os habitantes da terra não é literal, mas simbólico: trata-se de doutrinas falsas, tradicionalistas e desviadas da Palavra de Deus. Essas doutrinas anestesiam o discernimento espiritual e tornam os povos vulneráveis à apostasia global.

4. A Igreja Romana e a Religião da Antiga Babilônia

A Igreja Romana recebe o nome de Babilônia porque assimilou crenças e práticas da religião da antiga civilização mesopotâmica. Assim, tornou-se A Última Babilônia, a versão moderna e institucionalizada do culto pagão travestido de cristianismo.

5. As Sete Cabeças Representam os Montes de Roma

As sete cabeças da besta simbolizam os sete montes geográficos sobre os quais se assenta a mulher. Roma é amplamente reconhecida como a cidade das sete colinas, fato que reforça sua identificação com a figura simbólica de Apocalipse 17.

6. Montanhas Como Símbolos: Exceção Profética

Embora em outras passagens proféticas os montes representem reinos (como em Daniel 2:35,44), em Apocalipse 17:9 o texto não trata os montes como símbolo, mas como significado literal. O próprio anjo interpreta as cabeças como montes, confirmando o caráter físico da referência.

Sugiro a Continuação da Leitura desse Estudo:

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