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Os Estados Unidos na Profecia – Parte 1

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Introdução

No estudo “Os Estados Unidos na Profecia – Parte 1“, exploraremos as características da segunda besta de Apocalipse 13 e investigaremos como esse poder profético se encaixa na história e atuação global dos Estados Unidos. Analisaremos os elementos simbólicos descritos no texto bíblico, confrontando-os com eventos históricos e políticos que moldaram essa nação desde sua origem. Vamos observar o surgimento do país, seus princípios fundadores, sua ascensão política e militar e o desenvolvimento das relações diplomáticas com o Vaticano. Ao longo do texto, buscaremos compreender qual papel os Estados Unidos desempenharão no cumprimento profético segundo o Apocalipse.

Sugiro a Leitura Prévia do Estudo:

A Instituição de uma Nova Ordem Mundial

No capítulo anterior, pudemos compreender o enorme poder e influência do papado no mundo contemporâneo, o que evidencia que já estamos vivendo a segunda fase de sua supremacia. No entanto, o que vimos até agora é apenas a ponta do iceberg, pois os planos do papado vão muito além do que imaginamos. A seguinte declaração, feita pouco antes da queda do comunismo pelo ex-sacerdote jesuíta Malachi Martin, nos revela esse panorama:

Voluntária ou involuntariamente, prontos ou não, todos estamos envolvidos em uma tripla competição global, sem exageros… A competição serve para ver quem estabelecerá o primeiro sistema mundial de governo, que dominará todas as nações… Aqueles de nós que temos menos de 70 anos veremos instaladas pelo menos as estruturas básicas do novo governo mundial. Os que têm menos de 40 anos, com certeza, viverão sob sua autoridade e controle legislativo e judicial… Este poder possuirá toda a autoridade, detendo o dobro da autoridade e controle sobre cada um de nós como indivíduos e sobre todos como uma comunidade; sobre os seis bilhões de habitantes que os demógrafos preveem que haverá neste planeta no início do terceiro milênio… Não é exagero dizer que o propósito do pontificado é ser o vencedor desta competição que já está acontecendo” – Malachi Martin, The Keys of This Blood – A Struggle for World Dominion between Pope John Paul II, Mikhail Gorbachev and the Capitalist West, págs. 15-17.

Malachi Martin garantiu, há mais de uma década, que uma Nova Ordem Mundial será instituída em nossos dias. Segundo sua perspectiva, os mais fortes candidatos a obter o controle mundial são: o papado, representado por João Paulo II; o comunismo, representado por Mikhail Gorbatchov; e o Ocidente capitalista, representado pelos Estados Unidos (Ibid.).

A Aliança entre os Estados Unidos e o Vaticano

Em 1989, vimos com assombro como os Estados Unidos e o Vaticano firmaram uma “Santa Aliança” para destruir o poder comunista. Como consequência, o terceiro competidor foi eliminado, restando apenas essas duas “superpotências” (Carl Bernstein e Marco Politi, Su Santidad, Contraportada, Editorial Norma).

Qual das duas conseguirá impor a Nova Ordem Mundial? O que a Bíblia diz a respeito?

Apocalipse 13:11-12 – “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada

Os Estados Unidos na Profecia - A Segunda Besta de Apocalipse 13 Bode 2
Apocalipse 13:11 – A Segunda Besta que Sobe da Terra

Essa passagem nos assegura que a primeira besta, cuja ferida mortal foi curada, será adorada pelos habitantes do mundo inteiro, o que nos permite concluir que será o papado que, finalmente, governará na Nova Ordem Mundial. Mas como esse poder será conquistado? A profecia indica que isso não será feito de forma solitária; há outra nação igualmente poderosa que o apoia e sustenta.

Quem essa Segunda Besta Representa?

Para identificá-la, vamos analisar suas principais características:

É um reino

Assim como a besta de sete cabeças e dez chifres, essa besta também representa um reino (Daniel 7:23).

Surgiu em uma região distante da Europa

Diferentemente das demais bestas, que surgiram do mar, esta surge da terra – um claro indício de que não representa uma nação europeia.

Surgiu de forma pacífica

A Bíblia não menciona mares agitados nem ventos como símbolos de conquista ao falar do surgimento dessa besta. Ao contrário, sua aparência e maneira de se levantar se distinguem das demais. Ela se apresenta com características de um cordeiro, símbolo de mansidão e humildade. Isso indica que, diferente das outras, essa nação não surgiu por meio de guerras, revoluções ou conquistas.

Surgiu em uma região praticamente despovoada

Esta besta surgiu “da terra“, e, considerando que o mar simboliza “povos, multidões, nações e línguas” (Apocalipse 17:15; Isaías 17:12), a terra representa uma região pouco habitada. Podemos, assim, concluir que esse reino foi estabelecido em uma região até então despovoada.

Esse território serviu de refúgio aos perseguidos da Idade Média

Apocalipse 12 descreve a perseguição que os fiéis enfrentaram durante a Idade Média:

Apocalipse 12:13-15 – “E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar

Aqui, o dragão representa Satanás atuando através de Roma (Apocalipse 12:9); a mulher representa a igreja fiel (Apocalipse 19:7-8; Efésios 5:25-27); “tempo, e tempos, e metade de um tempo” refere-se aos 1260 anos da supremacia papal (Ver explicação sobre o “Chifre Pequeno” do estudo “Quem é a Besta que Sobe do Mar? – Parte 2”); e a água simboliza as multidões que perseguiram os fiéis (Apocalipse 17:15).

Ou seja, essa passagem representa a perseguição à igreja fiel durante a primeira fase do papado. E o que acontece depois?

Apocalipse 12:16 – “E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca, e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca

A terra – a região despovoada – ajudou a mulher! Isso confirma que o mesmo território do qual se levanta a nação representada pela besta de dois chifres serviu de refúgio aos protestantes que fugiam da perseguição religiosa papal na Europa.

Era uma nação jovem em 1798

A besta tem chifres como os de um cordeiro. O cordeiro representa um animal jovem. João viu essa besta subir da terra bem depois de a primeira besta ter recebido sua ferida mortal (Apocalipse 13:10-11), indicando que, no momento em que o papado enfraquecia, essa nação estava em crescimento e fortalecimento.

É uma nação com liberdade civil e religiosa

Tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro…” Quando estudamos Daniel 8, vemos que ali também aparece uma besta com dois chifres. Nessa passagem, a besta é um carneiro, e os seus chifres representam os medos e os persas, que se uniram para formar o Império Medo-Persa (Bíblia, Daniel 8:20). Com base no que foi dito anteriormente, poderíamos concluir que os dois chifres da besta que sobe da terra simbolizariam duas nações que se unem com o objetivo de formar um grande império. No entanto, o Apocalipse revela que, neste caso, essa regra não se aplica.

Antes de qualquer coisa, os dois chifres são semelhantes aos chifres do cordeiro. Apocalipse 5:6 nos diz que o Cordeiro que foi imolado tem sete chifres. É evidente que, nesse contexto, o cordeiro não simboliza um reino, mas é um símbolo de Jesus. Em 1 Samuel 2:10, falando sobre Ele, está escrito: “O Senhor… dará força ao Seu rei, e exaltará o chifre do Seu Ungido“. A palavra “chifre“, aqui utilizada, é símbolo do poder e majestade de Jesus. Sete chifres indicam a plenitude e magnificência desse poder.

Os dois chifres semelhantes aos do cordeiro devem, portanto, representar os dois princípios do governo que Jesus Cristo ensinou quando esteve na Terra: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:21). Em outras palavras, os assuntos da Igreja não devem se misturar com os assuntos do Estado. Assim, esses dois chifres representam um governo cujos fundamentos são a liberdade civil e a liberdade religiosa.

Tornou-se potência durante a segunda fase do papado

E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada“. Essa passagem indica que esse poder exercerá sua autoridade diante do papado após sua ressurreição em 1929. Isso confirma que essa nação se torna uma potência durante a segunda fase do papado e tem papel relevante nos dias atuais.

Essa nação tem excelentes relações diplomáticas com o Vaticano

Essa nação levará todos os países do mundo a adorar o papado. Para tanto, é necessário que tenha excelentes relações diplomáticas com o Vaticano.

Essa nação tem poder sobre as demais nações do mundo

Apocalipse 13:12 diz: “E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença…“. Após seu surgimento pacífico, essa nação teve de mudar seu caráter manso e consolidou-se como a maior e mais influente potência mundial.

Para Identificar esse Poder, Recapitulemos Suas Principais Características

  • É um reino ou uma nação.
  • Surgiu em uma região distante da Europa.
  • Surgiu de forma pacífica, sem necessidade de lutar contra outras nações.
  • Ergueu-se em uma região pouco habitada.
  • Serviu de refúgio aos protestantes que fugiam da perseguição religiosa do papado na Europa.
  • Consolidou-se como uma nação cristã com liberdade civil e religiosa.
  • Estava em crescimento em 1798 e impôs sua supremacia após 1929.
  • Possui excelentes relações com o Vaticano.
  • Tem, atualmente, grande influência sobre todas as nações do mundo.

Uma nação, e somente uma, corresponde aos requisitos de datas e características desta profecia; não há dúvida de que se trata dos Estados Unidos da América” – Ellen G. White, O Grande Conflito, capítulo 25.

Os Estados Unidos na Profecia - Capitólio
Estados Unidos – Capitólio

Os Estados Unidos na Profecia: Surgiu em uma Região Pouca Habitada

Desde o início de sua história, o território dos Estados Unidos era habitado apenas por pequenos grupos de indígenas e caçadores nômades. Permaneceu assim até que, no século XVI, navegadores franceses, ingleses e espanhóis começaram a povoá-lo (Enciclopédia Britânica, verbete “History of the United States”).

Em 1620, um grupo de puritanos ingleses, conhecidos como “pais peregrinos“, chegaram a bordo do Mayflower e fundaram a Nova Inglaterra (The Mayflower Compact, 1620).

A partir de então, a América tornou-se um refúgio para os perseguidos por razões religiosas na Europa. Em 1642, aproximadamente dezesseis mil pessoas migraram para essa região.

A Proclamação da Independência

A nação recebeu o nome de Estados Unidos da América com a Proclamação de Independência, em 4 de julho de 1776. Seu primeiro presidente, George Washington, assumiu o cargo em 4 de março de 1789 – o mesmo ano em que a Assembleia Constituinte Francesa decretou o rompimento com o papado por meio da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (Declaração de Independência dos EUA; Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789).

Os Estados Unidos na Profecia: Liberdade Civil e Religiosa

Estabeleceram um governo fundado na liberdade civil e religiosa. Essas convicções foram incorporadas à Declaração de Independência e permanecem na Constituição dos Estados Unidos como princípios fundamentais da nação (Constituição dos EUA, Primeira Emenda).

A Expansão Territorial

A expansão territorial dos Estados Unidos ocorreu rapidamente:

  • 1803: Compra da Luisiana da França.
  • 1819: Compra da Flórida da Espanha.
  • 1846: Anexação do Texas, Novo México e Califórnia.
  • 1848: Aquisição do território do Oregon mediante acordo com o Canadá (U.S. National Archives, History of U.S. Territorial Expansion).

O Poder Político e Militar

O poder político e militar desta nação foi demonstrado em 1917, por meio de sua bem-sucedida intervenção na Primeira Guerra Mundial a favor dos Aliados. Em 1941, sua participação na Segunda Guerra Mundial foi decisiva para a derrota de Hitler e para conter as pretensões expansionistas do Japão, com o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki (U.S. Department of State, Office of the Historian – “Milestones in the History of U.S. Foreign Relations”).

A Formação da ONU

A influência dos Estados Unidos na política mundial refletiu-se no pós-guerra com a formação da Organização das Nações Unidas (ONU), com o enfrentamento à União Soviética durante a Guerra Fria, com a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e com sua intervenção na Guerra da Coreia (ONU, Histórico da Fundação; OTAN, História da Aliança).

Os Estados Unidos na Profecia e a Economia Global

De modo geral, desde então, os Estados Unidos têm intervindo em praticamente todas as questões políticas e econômicas de relevância mundial (Council on Foreign Relations – “U.S. Foreign Policy Timeline”).

Desde o início de sua história, os Estados Unidos foram um país de maioria protestante, carregando um profundo sentimento anticatólico como reflexo das perseguições sofridas por seus antepassados na Europa. Com o tempo, essas desconfianças e ressentimentos foram diminuindo, até que, na década de 1980, o presidente Ronald Reagan promoveu mudanças na legislação que permitiram o estabelecimento de relações diplomáticas com a Santa Sé (U.S. Department of State, “Establishment of U.S.-Vatican Diplomatic Relations, 1984”).

O Papado e os Estados Unidos

Entre 1981 e 1982, o presidente Reagan e o papa João Paulo II trocaram correspondências secretas a respeito dos acordos armamentistas entre os Estados Unidos e a União Soviética. Reagan ordenou ao diretor da CIA, William Casey, que fornecesse ao papa informações confidenciais, as quais seriam utilizadas na estratégia de enfraquecimento do comunismo. O colapso soviético ocorreu em 25 de dezembro de 1991, com a retirada da bandeira vermelha da cúpula verde do Kremlin (George Weigel, The Final Revolution: The Resistance Church and the Collapse of Communism, Oxford University Press, 1992).

A partir de então, os Estados Unidos consolidaram-se como a nação mais poderosa do planeta (Samuel P. Huntington, O Choque de Civilizações, capítulo 2).

Conclusão: Os Estados Unidos na Profecia – Parte 1

Como vimos, não há dúvidas quanto à identidade da segunda besta de Apocalipse 13. As características descritas na profecia apontam, de forma clara e inequívoca, para os Estados Unidos da América, como sendo o poder que promoverá a entrega do domínio mundial ao Vaticano.

No próximo capítulo, estudaremos como isso acontecerá.

Sugiro a Leitura da Continuação desse Estudo:

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